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Desafio 2030 na Tintex

17 DEZ 2021

Fundação AEP

Desafio 2030 na Tintex

Desafio 2030: o projeto da Fundação AEP que promove a inovação incentivando a partilha de conhecimento entre universidades e empresas

 

Numa altura em que se discute a recuperação e resiliência portuguesa depois de atravessarmos uma crise pandémica sem precedentes, a ligação entre os centros de conhecimento, as universidades e as empresas, é determinante para acelerar os processos de inovação enquanto peça fundamental no desenvolvimento económico do país.

O tecido empresarial português, composto na sua grande maioria por PME, quer beneficiar dessa ligação à academia e necessita da mesma para criar valor e manter-se inovador. Por outro lado, há muitos doutorados nas universidades portuguesas que não colaboram com o mundo empresarial. É necessário que todos os intervenientes nesta cadeia promovam uma aproximação de saberes de forma a estimular e estabelecer relações de interesse. O mundo empresarial deve ser encarado como uma verdadeira opção de carreira por parte dos académicos, não só pelo atrativo financeiro, mas pela progressão de carreira que o mesmo pode proporcionar.

O Desafio 2030 - Transferência de Conhecimento e Tecnologia é um projeto desenvolvido pela Fundação AEP que visa suprimir essa lacuna entre as Instituições de Ensino Superior (IES) e as empresas nacionais, fomentando a sua aproximação através da ativação de ações estratégicas, para fazer face aos desafios da inovação.

A competitividade internacional das empresas depende cada vez mais da sua integração em cadeias de valor globais e, para que sejam bem-sucedidas é, muitas vezes, necessário que adotem novas tecnologias, otimizem a sua produção e, principalmente, inovem. No estudo da performance competitiva e de inovação das empresas portuguesas face ao contexto internacional, agora apresentado pela Fundação AEP, no âmbito do Projeto Desafio 2030 e disponível no portal www.desafio-2030.pt, podemos ver que, independentemente da sua dimensão, as empresas portuguesas são 12,5% menos inovadoras que as europeias.

Para tal, contribui o nível de qualificação dos colaboradores das empresas portuguesas que é menor quando comparando com os pares europeus. Atualmente, as empresas portuguesas têm menos 5,3 p.p. de colaboradores com ensino superior, quando comparadas com a média da EU a 28.

É recomendado, entre outras, a inserção de quadros mais qualificados na indústria que pode ser incentivada através de diferentes mecanismos como a criação de benefícios à contratação de recursos altamente qualificados pelas PME e manter a aposta contínua na transição de bolsas de investigação para contratos de trabalho, aumentando os níveis de qualificação no tecido industrial português para valores mais próximos dos pares europeus.

As PME continuam a constituir a grande maioria do tecido empresarial português e, “se por um lado, podem apresentar mais flexibilidade em termos de estrutura e de organização, por outro lado, apresentam alguns constrangimentos que limitam a sua competitividade”, clarifica Luís Miguel Ribeiro, Presidente da Fundação AEP. O Presidente destaca o contributo do projeto para a competitividade nacional através da “promoção da importância da partilha de conhecimento científico e tecnológico entre as instituições de ensino superior e as empresas e da difusão de boas práticas e de casos de sucesso na partilha de conhecimento científico e tecnológico”.

Para além de contar com o alto patrocínio da sua Excelência, o Presidente da República Portuguesa, a parceria com o Banco Empresas Montepio é uma mais-valia para o projeto Desafio 2030, já que permite alargar o âmbito desta iniciativa, promover sinergias e complementaridade com as áreas/eixos tradicionais da Fundação.

Tintex Textiles: um exemplo a seguir

A Fundação AEP visitou a Tintex Textiles para uma reunião de trabalho e apresentação do Desafio 2030 – Transferência de Conhecimento e Tecnologia. Esta visita inseriu-se na segunda fase das múltiplas iniciativas que compõem este projeto.

 A acompanhar esta visita esteve, e para além do Presidente da Fundação AEP, Luís Miguel Ribeiro, o Diretor-geral do Banco Empresas Montepio, Pedro Pires e o Diretor Geral do CITEVE, António Braz Costa.

Luís Miguel Ribeiro, Presidente da Fundação AEP, considerou a Tintex Textiles como uma “referência na importância da partilha de conhecimento científico e tecnológico entre as instituições de ensino superior e as empresas e da difusão de boas práticas”. Para além disso, elogiou a capacidade que a Tintex Textiles tem no aproveitamento do conhecimento das universidades e centros tecnológicos. “Diria que é uma empresa que está à frente do seu tempo na sua capacidade de antever, de utilizar o conhecimento produzido nas universidades e nos centros tecnológicos e saber aplicá-lo. Sempre com o foco nos clientes, consegue criar produtos, inovar e ir de encontro ao que eles desejam”, acrescentou.

O Presidente da Fundação AEP também destacou o contributo efetivo que se deseja que o Desafio 2030 tenha na competitividade nacional e na aposta na inovação. “Queremos com este projeto estimular o sucesso de empresas como a Tintex Textiles e demostrar às outras empresas que, com este caminho consegue-se estes resultados”, contou.

Já Pedro Pires, Diretor Geral do Banco de Empresas Montepio, abordou o papel que o Banco BEM pode ter na concretização dos objetivos do Desafio 2030. “Vem aí o Plano de Recuperação e Resiliência. É necessário compreender o paradigma emergente da descarbonização e da sustentabilidade. O Banco BEM consegue dar esse auxílio”, destacando o papel da inovação no caminho a seguir em Portugal: “Também nós, Banco BEM, somos uma inovação. Queremos ser a ousadia de uma inovação financeira. Queremos acrescentar ao lado das empresas um papel novo, na inovação às fontes de financiamento, de pensar o mundo financeiro, de acrescentar algo muito próximo do que os empresários precisam”.

O Diretor Geral do CITEVE, António Braz Costa, refletiu sobre a história que liga o CITEVE à Tintex Textiles e a um contrato de licenciamento de patentes. “A Tintex foi a primeira empresa a dirigir-se ao CITEVE para comprar uma patente, quando se pensava que o setor têxtil seria de baixa tecnologia.”, mencionou.

Ricardo Silva, administrador da Tintex Textiles, destacou o percurso da empresa e a importância da mentalidade na forma como se respondem aos desafios atuais e futuros. “Não interessa o produto hoje. Interessa sim a mentalidade de amanhã”, concluiu.

A sessão terminou com uma visita guiada pelas instalações da Tintex Textiles. A empresa é um claro exemplo do que se pretende que seja a ligação entre empresas e instituições de I&D, na transferência de conhecimento e de tecnologia, como almeja conseguir o Projeto Desafio 2030 com as empresas portuguesas.

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